EMPATE BAIANO: GOSTO DE VITÓRIA OU DERROTA?

O copo tem metade de água. Está meio cheio ou meio vazio?

Continua faltando alguma coisa no nosso time pra segurar placar favorável, pra desatar outras jogadas de futebol Nota 10 como foi o gol marcado por Bruno Rodrigues, após receber passe de calcanhar, de Gilberto. Temos boas peças, mas algumas ficam inexplicavelmente no banco, como Wallisson e Stênio. Entram no final das partidas, sem tempo para o necessário entrosamento em jogo. Não conseguem produzir e, da próxima vez, voltam pra reserva.

Outra falha lamentável: no último terço do campo nossas opções de jogadas, na maioria das vezes, são erradas: chutes ridículos a gol, em verdade são bolas recuadas, ou tentativas de mais um drible, enquanto companheiros bem posicionados aguardam o passe que não vem. Por isso o Cruzeiro, embora seja o time que, depois do Palmeiras, mais finaliza no campeonato, não se encontra o G-4. No jogo contra o Bahia exageramos no quesito “matar jogadas por opções erradas” enquanto o placar apertado era sempre um aviso ameaçando corações cruzeirenses. Poderíamos ter feito dois ou três gols a mais. O adversário, também.  Mas os três pontos seriam nossos.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. VAR – uma benção quando intervém a nosso favor, evitando derrotas. Execrável se anula nossas vitórias. Por duas vezes, sábado, frustrou comemorações azuis. Por uma vez, atingiu os atleticanos. Foguetes chegaram a estourar enquanto se traçavam as malditas linhas. Era a fria decisão gráfica e, por cinco ou dez centímetros, deixamos de vencer. Assim como aconteceu com o Atlético. Um absurdo. Por isto sugerimos, já com bom apoio de outros, mudanças na regra. Uma faixa horizontal de 50 centímetros de largura será sempre imaginada após o último defensor. É a zona neutra na qual o atacante saberá que não está impedido. Assim, nas disputas corpo a corpo, jamais se cogitará de impedimento. Claro, haverá, no limite, dúvidas a serem resolvidas por centímetros. Serão em pouquíssimos casos. Na grande maioria das jogadas, o atacante mais avançado sentirá sempre qual a margem segura em que pode se posicionar, à frente do último defensor. Simples assim.

2. Paulo Augusto e Juliano Damien endossam as críticas do blogueiro quanto a escalação do Cruzeiro e sistema de jogo aplicado contra o Bahia. Parece que tempo livre pra treinamento está atrapalhando, em vez de ajudar.

3. Bernard José de Assis pergunta:

“Teria sido um erro estratégico do Fenômeno e equipe a opção do final de 2022 do Cruzeiro não jogar em 2023 na Pampulha pra pressionar uma melhoria em seu contrato, tendo com isto dado pretexto para a Minas Arena preencher com shows as datas vagas na agenda. Pode-se afirmar que foi um tiro no pé dado pelo Ronaldo?

PS: Nenhum comentário sobre a queda do coirmão da raposa, o Valladolid.”

Meu caro Bernard, os lamentáveis resultados da nossa fase time-cigano já responderam ao seu questionamento.  Bons empresários, de vez em quando, até mesmo pra evidenciar que são humanos, dão tirinho no pé. A meu ver, Ronaldo fez isto ao peitar a Minas Arena, como se blefa no poker. Poderia ter dado certo, tanto mais que Betim, por intermédio do Prefeito Vitório Medioli, acenava com boas perspectivas. A avaliação era a de que a Minas Arena seria desidratada, ante a próxima inauguração do estádio da MRV. Até agora isto não ocorreu.  E são feitos remendos numa situação que clama por decisões propiciando planejamentos de médio e longo prazos.

Sobre a queda do Valladolid para a segunda divisão do campeonato espanhol, pela segunda vez desde que passou para a gestão de Ronaldo, também é lamentável.  Destaque-se, porém, que ele estava lá, no estádio, de cabeça erguida, recebendo vaias ao final do empate de 0 x 0 com o Getafe.  A vitória livraria seu time do Z-3 e empurrava o Almeria. Poderia arranjar até um convite do Papa, se quisesse fugir da Espanha. Não apelou pra isto.  Ante os apupos dos torcedores exaltados, teve a serenidade de quem entende que cumpriu a missão possível e continuará na luta. Lamentou apenas a trágica arbitragem do jogo contra o Sevilla, dia 14 de maio, quando um chute certeiro se transformou em gol e vitória do Valladolid, anulado, porém pela explicação do árbitro de que havia encerrado a partida, com a bola em movimento rumo às redes.  Este gol livraria o Valladolid do rebaixamento.  Meu caro leitor e minha ilustre leitora: o que vocês sentiriam, vendo seu time ser garfado assim?

4. Teobaldo simplifica:

“O erro do Ronaldo foi grosseiro, amigo! O Contrato de Concessão dá ao Cruzeiro e ao Atlético os 54.000 ingressos de arquibancada em qualquer jogo, sem que eles tivessem colocado nenhum tostão furado na obra. Quer negócio melhor do que esse?”

Queremos sim, Teobaldo: isenção ou abatimento no absurdo custo do Estádio, a cada jogo, participação na exploração de bares, restaurantes e estacionamentos.

5. Jamicel decretando:

“A melhor arma contra os idiotas é o descaso e o silêncio! Ignoro algumas respostas em algumas postagens que faço! Normalmente, insultos falam mais daqueles que os dizem que daqueles a quem são direcionados.”

Exatamente isto, Jamicel. A linguagem que usamos revela a nossa linhagem.

6. Paulo Augusto concorda:

“Exatamente, Jamicel. Atuo pouco aqui, mas sigo a mesma postura. Brincadeiras sadias, ainda vai, mas quando baixa o nível torna-se questão de sintonia, pois cada um expõe o que tem na alma.”

7. João de Deus Filho desafia:

“Gostaria de fazer uma aposta com os frequentadores deste minifúndio: Quando o Dalai vai escrever uma coluna sem mencionar o nome Hulk pelo menos uma vez?”

Muito simples, meu caro João de Deus: quando o Hulk nem fizer gols fantásticos, nem tentar cavar pênaltis estratégicos, nem “alugar” o ouvido dos árbitros durante toda a partida.

8. Augusto quer aumentar a renda alugando “secadores” pra cruzeirenses, acenando até com assistência religiosa em casos mais graves. Como bônus, ao alugar um secador, o cliente escolhe um livro, dentre estes:

“O naufrágio do Titanic Azul”, drama

“De inveja também se morre”, drama e

“Ainda somos os maiores de Minas”, comédia.

Meu caro Augusto, como cada vez mais este QUINTAL se torna ecumênico, queremos fazer uma doação de mais livros:

“Ser o maior de Minas e estar o maior de Minas” (gramática)

“Sala de Troféus – Viva a Diferença” – (estatísticas)

“Saga de Heróis” – (biográfico) – A luta de um Clube destruído internamente às vésperas da pandemia mundial;

“Fênix – como soerguer-se das cinzas” – História da Restauração Azul contada pela sua própria torcida;

“Inveja, mancha que nem OMO tira” – comédia – visão humorística da saga atleticana no meio século de hegemonia azul, com comentários dos nossos cinco maiores psicólogos.

“Casablanca” – Costumes – Porque uma partida de futebol em Marrocos provocou projeto de lei na Câmara Municipal de Belo Horizonte: mudança de nome da avenida Barão Homem de Melo para Clube Atlético Mineiro. Justificativa: Morre na Raja.

9. Torcida? –  Mineirão, jogo sábado à tarde contra o Bragantino, tempo bom, Atlético no G-4 pronto pra subir. Mas os torcedores presentes não chegaram a 29 mil. Se fosse o Cruzeiro…

10. Canarinhos no sótão, abusando da criatividade e do direito de dar gozeira, sobre o Bahia x Cruzeiro, sábado:

“Preparado para o clássico. Jáhia x Jataino.

Dona Segundona tá ansiosa.”

Aplique-se neste cara a pena máxima do QUINTAL: amarrar em poste, sob sol de meio dia, e acionar pendrive interminável de sertanejo-universitário.  À noite, ferpa nas unhas.

E jamais aceitar, caso o infeliz queira trocar, durante o dia, o pendrive por farpas nas unhas.

GARIMPO

“A civilização começou no Oriente Médio e pelo jeito também é lá que vai acabar.”

(Sérgio Augusto)