ENFIM, PÃO CAINDO DE MANTEIGA PRA CIMA!

Gol no último minuto a gente só tomava. Revisão de VAR era garantia de água no nosso chopp. Com isto, em 2020 e 2021 nem chegamos perto das primeiras colocações. Um desencontro geral em campo e fora dele, lembrando a filosofia popular: “em casa que falta pão, todos gritam e ninguém tem razão. ”

Neste ano, em 26 jogos temos mais vitórias (19) que em 2021 em 55 jogos.

Pouco a pouco a roda está girando e, como sempre, alterando em baixo, automaticamente altera em cima.

A abordagem transcrita a seguir foi feita sábado, no Estado de Minas, por um dos melhores colunistas esportivos do país, o atleticano Fred Melo Paiva. Vale a pena conferir:

“…E o Galo? O Galo perdeu. De novo. O azar vem rondando a casinha desde aquele empatezim safado com o Coritiba, e esse Tolima dos inferno acabou por arrombar a nossa porta na quarta-feira passada. Caiu a invencibilidade na Libertadores. Cai o rei de espada, cai o rei de ouro, cai o rei de paus, cai, não fica nada. Veja que o nosso azar já desceu ao subsolo: o Cruzeiro ameaça subir. Falta o corvo, Edgar: nevermore…”

A relação Cruzeiro/Atlético já foi simbolizada aqui como paródia da incrível pesquisa norte-americana: “Você prefere ganhar na loteria ou ver a casa de seu vizinho, muito melhor que a sua, pegar fogo?…” Óbvio, ganhou disparado a fogueira no vizinho. 

Em suma:  alegria, pra ser completa, terá sempre vitória nossa e desgraça do outro. Durante décadas tivemos essa bendita satisfação. Nos últimos dois anos, foi a vez dos atleticanos: tinham a dupla alegria de ganhar tudo e ver o nosso barco afundando. Pra felicidade celeste, neste 2022 a roda começa a girar… Aos poucos, apesar de todas as dificuldades e das limitações técnicas do plantel, o Cruzeiro vai se reencontrando. Dentro e fora de campo. Passou a chover na nossa horta, enquanto o barco atleticano começar a apresentar fissuras no casco. Finalmente!

A nós, cumpre manter os pés no chão. Não ganhamos nada. Ainda estamos longe de garantir o retorno à Série A, jornada dificílima. Faltam ainda dois terços. Porém, os bons números alcançados até agora mostram que o caminho está certo: determinação, confiança em nosso potencial, consciência de nossos problemas. E certeza do apoio da Nação Azul.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Marcilio – Ainda sobre a secular rivalidade Cruzeiro x Atlético, e gozeiras históricas de um lado contra o outro (dezenas de anos azuis e, nos últimos 24 meses, alvinegras) Marcilio relembra uma muito boa e que já foi nossa: 

“Torcedor do Atlético: sorteio das oitavas da Libertadores, dia 27 de maio…

Torcedor do Cruzeiro: sorteio da Telesena de São João, dia 29; Loteria Federal dia 228, Bingo da Igreja, dia 30…”

Meu caro Marcilio, a gente fazia o mesmo, com vocês. Durante um tempão. As mais mortais eram de dois em dois anos, nas eleições: “chegou, finalmente, a hora do atleticano ver um título…”

2. Nó górdio – O gol da vitória sobre o Criciúma, já nos acréscimos finais, comprova o que a maioria dos comentaristas, inclusive neste QUINTAL, vêm falando: nosso ataque precisa de um cara “ensaboado” que leve vantagem no 1 x 1. A maioria das retrancas só é vencida com um drible inicial que desarma o ferrolho. Sexta-feira foi assim: Leo Pais recebeu na direita, passou para William Oliveira na intermediária do Criciúma. Daí pra Jajá, três passos fora da grande área. Um paredão à frente. Com um drible de futebol de salão ele se livra de seu marcador, clareia a jogada e fulmina no canto direito, sem chance para o bom goleiro Gustavo. Foi talvez a primeira tentativa de drible que deu certo. Mas resultou na importante vitória. A fórmula é esta. Treinamento, incluindo bolas paradas e escanteios.  Sendo agora o time a ser batido, o Cruzeiro não pode se dar ao luxo de desperdiçar tantas oportunidades. Onde há deficiência técnica tem de sobrar treinamento. É a transpiração compensando a inspiração.

3. José Antônio, cabeça quente, escrevendo seu comentário na manhã de quinta-feira (após a quarta fria e “tolimada” no Mineirão) não aliviou:

“Como sempre, o blogueiro continua dando “tiro no pé” ao tentar exaltar os simpatizantes, que há poucos jogos atrás eram chamados por ele de “300 de Esparta”!!

Observa que “o valor dos ingressos influencía diretamente a presença de público. Quanto mais barato o ingresso, mais público…” 

 e fulmina:

“Tenho certeza absoluta que o novo dono preferiria um público de 45 mil e renda de 3.688.000,00, a um público de 58 mil e renda de 2.466.000,00…”

Será mesmo? A reconstrução do Cruzeiro, nesta fase, motiva-se mais por presença extraordinária de público no estádio do que renda. A Fé restaura-se no campo, com o ruído das arquibancadas, não com o frio registro contábil. Sintomáticas, as entrevistas de treinador e diretor do Grêmio após a derrota para o Cruzeiro, ressaltando exatamente a força extraordinária que a Nação Azul mandou para o gramado. Falaram de gente, não de renda.

Óbvio que precisamos de dinheiro. Mas formando um time que, apesar das limitações, vem motivando o torcedor a encher os estádios, as boas rendas virão como consequência.

Pra encerrar a sessão pancadaria, José Antônio dá na moleira:

“ E como blogueiro e torcedor deveria pesquisar antes de falar, porque se tivesse feito não passaria por mais uma vergonha, a capacidade do Itaquera é de 49 mil torcedores, logo, seria impossível colocar mais que isso lá…”

Vamos reconstituir o crime. O período inicial da coluna de segunda-feira passada foi este: 

“O líder da Série B fez o seu papel, vencendo o Sampaio Correa por 2 x 0, com 58.397 pagantes. O líder da Série A, Corinthians, no clássico contra o São Paulo, colocou na sua arena 45 mil pagantes. ”

José Antônio tem razão.  O texto induz à falsa conclusão de que o Corinthians não motivou suficientemente sua torcida para o clássico. A intenção não era esta e, sim, comparar os números, aumentando o significado do ocorrido no Mineirão. Penitencio-me da falha.

Mas agora, desculpe-me, você tem de aguentar o revide:

Como explicar que pessoa tão antenada, captando com minúcias tudo que envolva o secular duelo Cruzeiro x Atlético, não tenha se pronunciado quando abordamos, no primeiro tópico do Bate Papo de segunda-feira, o fato auspicioso para a torcida mineira, de ter colocado só num final de semana, 90 mil torcedores no Mineirão, assim explicado:

“Quinta, pela Libertadores, 30 mil atleticanos vibraram com a vitória do seu time sobre o Independiente Del Valle, por 3×1. No domingo, 60 mil cruzeirenses coloriram a vitória sobre o Sampaio Correa, por 2 x 0. ”

E aí, José Antônio, vai manter esse ensurdecedor silêncio?

4. Luiz Barcelos, aproveitando que José Antônio, meio zonzo, foi levado ao corner, procura o nocaute:

“… O valor médio do ingresso no jogo do Cruzeiro foi de R$ 43,18. Já o preço médio do ingresso do Atlético (lembrem-se, “campeão de tudo”, 1ª. Divisão, jogo de Libertadores, etc.) foi de R$ 37,37! Caramba, um time milionário (?) precisa vender ingresso mais barato pra tentar levar público e nem assim consegue? Por isso, digo e repito, em MG só tem um Gigante e esse é o Cabuloso! ”

Meu caro José Antônio, linhas acima você tinha afirmado que “quanto mais barato o ingresso, mais público no estádio…” 

E agora?  

Você não é obrigado a responder sem a presença de seu advogado!

5. Procuram-se! De repente, figuras proeminentes da Barraca Atleticana neste QUINTAL desapareceram. A causa possível é Banzo, provocando na alma aquele gosto amargo de cabo de guarda-chuva. O fenômeno é conhecido também como “Reversão das Expectativas” que, numa escala de 1 a 10, assim se representa: Para o atleticano, 10 é o que vinha acontecendo nos últimos dois anos, ou seja, seu time ganhando tudo e o Cruzeiro comendo o pão que nem o diabo amassou. É a chamada “felicidade esportiva completa”. Porém a roda gira, felizmente. Placas tectônicas submaritimas começam a se mover. Um tropicão aqui, uma “tolimada” ali… Fantasmas de um prolongado passado de frustrações começam a rondar o bairro de Lourdes e o município de Vespasiano… Ameaçam voltar…

Mas nem tudo está perdido: Para esses líderes da Barraca Atleticana, desaparecidos, que comprovarem um mínimo de 10 comentários civilizados na BATE PAPO, será oferecida assistência psicológica gratuita pelo vetusto Conselho de Sábios da Grande Dores do Indaiá, com quem celebramos convênio.

6. Luiz Barcelos/2 volta pra fazer coro com dezenas de grupos sociais azuis:

“Há pessoas aqui que não têm o menor respeito, escrevem palavrões, provocações de baixíssimo nível. Penso que deveria ser proibido esse tipo de comportamento e deveriam ser bloqueados os comentários de baixíssimo nível. Pessoas honestas e decentes deixarão de acessar o seu site por causa desses marginais. ”

Meu caro Luiz, prefiro não tomar a iniciativa da censura, porém se a direção do grupo associado determinar, só me cabe acatar. Como já abordamos aqui, linguagem desse nível diz mais de quem escreve que do pretensamente ofendido. Expressões chulas permanentes pincelam o habitat do autor. Poderia ser outro seu linguajar?

Um provérbio popular define a situação: “quem disso cuida, disso usa”.

E afinal, sempre resta o antídoto infalível: não ler, não repercutir. 

7. Marcinha Guedes, após delicioso almoço de domingo com a família, recostou-se na poltrona, deu uma cochilada e, sem perceber que seu anjo da guarda saiu mais cedo, antecipando a troca de turno, pegou o celular, entrou no QUINTAL e mandou comentário psicodélico:

“Passando pra lembrar que o Atlético é o maior de Minas, mais títulos conquistados no Estado e mais vitórias sobre todos os adversários (?).

Campeão dos campeões, Campeão do Gelo, Campeão da América (?) Campeão da Copa do Brasil…”

Marcinha, sei que agora, já sob proteção angelical, você não imaginaria tanta fantasia. 

Passando pra te lembrar: “Campeão do Gelo” só existe, de verdade, no hino do Atlético. Até hoje ninguém sabe quem foi o vice, ou o terceiro, ou o quarto!

 “Campeão da América” você criou agora, mas se tiver um ganhador mineiro, acha mesmo que seria o Atlético? Ou “La Bestia”?

Vale corrigir também o verbo em sua primeira frase: O Atlético não é o maior de Minas.  Ele está o maior de Minas.

8. Torcida Azul Nota 10! Quando, na histórica manhã de domingo, 58.397 torcedores no Mineirão testemunharam a vitória do Cruzeiro sobre o Sampaio Correa, referi-me, como termo de comparação, aos 45 mil que foram ao Itaquerão ver um dos maiores clássicos do futebol paulista, Corinthians x São Paulo. Quase fui linchado por que, idiota que sou, me esqueci de que aquela era a capacidade máxima no estádio.

Ontem, porém, houve Fla x Flu no Maracanã, e lá estiveram 56 mil torcedores!

In claris cessat interpretativo.

 GARIMPO

“ O pessimista é um sujeito que olha para os dois lados antes de atravessar uma rua de mão única”.

(Laurence J. Peter)