PASSAMOS NO PRIMEIRO TESTE?

A meu ver, sim.

Estreando no campeonato mineiro, tínhamos em campo sete caras novas, contando com o técnico. O entrosamento, tão reclamado em nossos últimos 30 jogos, viria com três treinos dirigidos por Felipe Conceição? Embora difícil, era o que a sofrida torcida azul esperava ontem, em Uberlândia e que acabou acontecendo pela metade.

Vi um time diferente, melhor. Combativo, jogando pra frente, sem aquela irritante e infindável troca de passes na intermediária, até o recuo para Fabio. Jogadas agudas foram sempre tentadas e por muito pouco não se transformaram em gols. Bolas na trave, ou batendo nos defensores, revelaram uma equipe vocacionada para atacar. Seria ótimo se o Cruzeiro tivesse vencido. Mas foi bom ver em campo um time querendo a vitória. Ficou claro que um número razoável de treinos e a sucessão dos jogos poderão formar um novo time. Além da boa presença dos estreantes, especialmente Mateus Barbosa e Felipe Augusto, foi sensível a melhora da equipe com a entrada, no fim do segundo tempo, de Claudinho e Airton. O primeiro não vinha encontrando oportunidades e Airton estava jogando fora as chances da titularidade. Ontem mostrou outra disposição.

O gol de empate surgiu de boa jogada de Claudinho para Sobis, que ajeitou para o chute seco de Raul Cáceres, no canto direito do goleiro Marcão. Um bom princípio de entrosamento que os treinos poderão aprimorar. O mesmo pode-se dizer sobre escanteios e faltas.

Sinal verde para Felipe Conceição.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. guioday rodrigues reage ao diagnóstico (irrefutável) do CCP – Complexo de Cavalo Paraguaio, evidentíssimo não apenas nele, mas em todos os condôminos atleticanos deste QUINTAL, com incidência maior em Jorge, Sem Paciência e Galo Doido New York. Todos costuravam faixas de campeão, promoviam passeatas de “Segue o líder! ”, sob o coro de “já ganhou”, e encaminhavam ao Vaticano a canonização de Sampaoli…

De repente, o cavalo começou a mancar.

Há dezenas de anos o atleticano assiste este filme, com variantes de “flanelinha”. Feito o diagnóstico habitual, repete-se a terapia: Primeiro: azucrinar a vida dos cruzeirenses, tarefa desta vez facilitada pela situação terrível que atravessamos; Segundo, dizer, como a raposa de La Fontaine, que as uvas estão verdes… Não estavam ainda visando o título… o time está em formação…os investimentos não são para este ano…

O grande problema é que o comandante, construtor desta barca de 200 milhões de reais, pulou fora e já está em Paris.

2. Pelo agravamento do Coronavirus em Uberlândia, o jogo do Cruzeiro marcado antes para 21,30h foi antecipado para 16,30hde ontem. Até a tarde de sexta-feira eu não tinha conhecimento da alteração. Atento, Rodrigo Rosa ficou sabendo eoportunamente informou neste QUINTAL.

3. Jorge, se esquecendo da “segunda, ”bate de primeira num venenoso jogo de palavras: “o Cruzeiro tem um lindo passado pela frente…”

Quem não gostaria de ter 2 Libertadores, 2 Supercopas, 4 Brasileiros e 6 Copas do Brasil?

Fala, Jorge!

4. Galo Doido New York testou positivo para o CCP, como todos os atleticanos, renovou a munição e dobra os ataques ao Cruzeiro, terapia sempre usada nessas ocasiões. Só assim pra suportar o luto de mais um Brasileiro perdido.

É verdade que os 6 milhões e meio de reais que a Justiça cobra de ex-dirigentes do Cruzeiro são gota d’água ante o mar de falcatruas perpetradas. Outras ações devem surgir, sobretudo baseadas em gestão temerária para abarcar os absurdos “contratos” firmados com jogadores, agentes e fornecedores. Vamos, sim, cumprindo o nosso calvário, suportando as tempestades, até que tudo volte ao seu lugar, ou seja, o Cruzeiro disputando tudo. Ganhando quase tudo. E a cavalaria paraguaia fazendo o de sempre.

5. Alexandre Magno Ribeiro Soares, com razão, observa que os graves problemas do Cruzeiro não se resumem nos 6 milhões e meio agora cobrados de Wagner Pires e diretores. Vão muito além, com destaque especial para os absurdos contratos celebrados com jogadores e agentes, bem com os inacreditáveis aumentos de salário. Foi isto mesmo: “Você, que ganha 30, passará para 70 mil; Você, que recebe 80, passará para 120 mil”… Parece mentira!

6. João de Deus Filho, em belo texto, mostra coisa rara entre atleticanos: respeitar e acatar fatos. Aborda os investimentos feitospelo Atlético e revela sua esperança:

“O Galo deixar de ser um clube que só participa”.

João, parabéns pela sua racionalidade.

7. Domingos Savio de Oliveira tentando implantar um “fake” no QUINTAL ao dizer que a torcida atleticana, no sul de Minas, é maior que a do Cruzeiro. Mas não é mesmo. Tive a honra de trabalhar em duas belas cidades da região, Elói Mendes e Boa Esperança. A proporção nelas acompanha a média estadual: 70% Cruzeiro. E nem sempre o Atlético é o segundo.

8. Marcelo, observador arguto, como sempre, parece que adivinhava o empate em Uberlândia ao nos prevenir:

“A expectativa pela estreia é boa, porém devemos lembrar que é absolutamente normal um time ainda desentrosado. ”

Depois, Marcelo destaca o que espera da torcida:

“Acredito que a torcida saberá entender isso bem porque pelo menos o horizonte é mais animador do que foi nos últimos tempos. ”

Assino embaixo.