SHOW DE BOLA AZUL 

Qualquer um podia ter vencido, com méritos. Grêmio e Cruzeiro, além do recorde de público na Arena gremista – 51.618 torcedores – travaram disputa de garra e técnica, especialmente no meio campo povoado de bons jogadores. A Nação Azul comemora a articulação de jogadas, o esquema defensivo, a intensidade de jogo, a posse de bola positiva, o que vinha sendo reclamado há muito tempo. O passe alongado, vertical, de Lucas Oliveira para Luvannor, resultando no nosso primeiro gol, foi a pintura que faltava em nossos sonhos. O zagueiro foi eleito o melhor em campo. Não sem razão, ele é o líder de assistência da Série B. Tivemos outras tentativas bem articuladas de jogadas, que não deram certo por detalhes, mas que revelam um imenso progresso como time. Finalmente, jogadores que sabem o que fazer com bola e representam um salutar desafio para o treinador na escolha dos titulares.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Pezzolano quebra juramento e é expulso de novo – Há três rodadas, tomando cartão vermelho, havia prometido aos jogadores que iria se controlar para que o fato não mais se repetisse. Ontem, contra o Grêmio, não cumpriu a palavra. É lamentável que, realizando um excelente trabalho técnico, se perca por falha emocional. Ele se defende dizendo que se revoltava não com o árbitro e, sim, com seus próprios comandados. De qualquer forma, é preciso prevenir-se, até, com gestos que possam levar a dupla interpretação.

2. Plano Cuca pra Reabilitação – Após ser comparado ao Big Brother (uma eliminação a cada semana), o Atlético planejou com seu técnico o caminho pra a volta por cima. “Agora, cada jogo será uma final”, decretou Cuca. Depois da suada vitória sobre o Coritiba, que está na zona de rebaixamento, o time encarou, sábado, o Goiás. Mineirão, 16h, bom horário pra massa lotar o estádio. Mas não lotou. Apenas 31.650 torcedores atenderam ao apelo. E vaiaram no final.

3. Marcilio – sentiu na moleira a pancada dos números sobre torcidas. Um banho azul nos atleticanos. Mas reagiu:

“O Atlético até o momento já faturou mais ou menos 15 milhões em bilheteria e o Cruzeiro 10 milhões, engraçado esta notícia, né! Já que adora números vou deixar você explicar isso aí, Dalai, manda ver nas contas aí, querido. ”

Meu caro Marcilio, você é um dos que não nos deixam esquecer: três anos seguidos na B, enfrentando apenas times excluídos da elite. Ralé contra ralé. Enquanto isto, o Atlético disputando só tudo!

Incomparável a situação financeira, psicológica e de posição no cenário nacional, entre os dois clubes. E mesmo assim, apesar de toda esta descomunal diferença, estamos separados por apenas 5 milhões, segundo as suas contas?

Sucesso azul!

4. José Antônio, numa tacada só, mexe com grão de areia e o alinhamento planetário. Leva o blogueiro ao corner, pra explicar porque o jogo contra o Náutico será no Independência. Fui pego de surpresa. Vou apurar.

Em seguida, sem segurar a emoção, José Antônio descreve proposta miraculosa recebida de investidores para a pretendida SAF do Atlético. Por 51% são oferecidos um bilhão de reais e mais um tantão de vantagens inimagináveis. Ao lado da SAF Cruzeiro, a SAF Atlético aparece como pavão real junto a filhote de pardal.

Calma, José Antônio, não queime seu filme por notícia parecida com cédula de 3 reais.

5. Teobaldo aciona o alerta:

“Só espero que esses tais 15 interessados não sejam os mesmos que se interessavam pela SAF Cruzeiro (Papai Noel, Cuca, Mula Sem Cabeça, Saci Pererê… e outros que tais…”

6. Teobaldo/2 reitera seu inconformismo com a lei que permitiu as Sociedades Anônimas de Futebol e observa que elas

“… só se sustentam com a oficialização do calote…”

Teobaldo, a chamada “ira justa” é esta abençoada revolta de todo cidadão ante mazelas visando encampar fraudes. Ninguém pode nem deve suportar calado. Mas me permita discordar de você quanto às Sociedades Anônimas de Futebol. A ideia teve longo tempo de maturação, mas discussão e votação apressadas. Leis novas estão sempre sujeitas a aperfeiçoamento conforme as indicações do seu próprio percurso. Teleologicamente, a fundamentação é a mesma que tornou imperiosa a “Recuperação Judicial das Empresas”. Em outras palavras: melhor honrar os compromissos, a prazo, do que não ter jamais condição de paga-los. O estelionato, as fraudes, que possibilitaram os “calotes” continuarão sendo apurados pela Polícia e pela Justiça.

7. Atleticano condena a comparação do Atlético com o Big Brother – uma eliminação por semana:

“Não adianta requentar piada de BBB Dalai. Todos os anos a grande maioria dos clubes que disputam todas as competições importantes tem muito mais eliminações do que títulos, isso faz parte do cenário esportivo, onde só um ganha e a maioria perde…”

Mas aí é que está a diferença. Quem disse que o Atlético se confundia com a maioria dos clubes? Não! Era o líder em tudo! Timaço que só encontrava parâmetro na Champions League. Com o luxo de pagar 55 mil reais por dia a um jogador. Desclassificado da Libertadores por um time que jogou com 10 quase toda a partida e que em um bom tempo atuou com apenas 9, agora disputa apenas o campeonato brasileiro onde não está nem entre os seis primeiros e sábado, no Mineirão, recebeu sonora vaia de 31 mil torcedores, ao perder para o Goiás

Prepare-se, Atleticano. A roda gira, felizmente.

8. João de Deus Filho – após integrar a turma do Banzo, lambendo as feridas – retorna ainda meio sem ritmo e faz coquetel estranho, como se misturasse maçã, miojo e gravetos de pinho: Hulk, proposta do Atlético-Empresa e, pasmem, novo título de campeão brasileiro em 1937! Vamos por partes, como diria Jack: O problema do Hulk tem a ver com a reformulação das arbitragens e do VAR. Sumiram os “pênaltis estratégicos”. As propostas de investidores para o Atlético-Empresa estão na fase “Nirvana”, daqui a pouco caem na terra. Quanto ao “título” de 1937, meu caro Guru da Racionalidade, mexa com isto não. Sabe quem disputou o torneio com o Atlético? A LSM – Liga de Sports da Marinha, o Fluminense, a Portuguesa, o Rio Branco e o Aliança, campeão de Campos.

9. Augusto não percebeu que seu anjo da guarda foi atender o recenseador do IBGE, e atropelou ciclista na ciclovia: Vê semelhança

“nessa neurose (do Cruzeiro) em comparar torcidas com o acontecido com o Corinthians nas décadas de 50, 60 e 70. Time 23 anos sem ganhar títulos, tinha, no entanto, a maior legião de torcedores de São Paulo e batia no peito com orgulho pra comemorar essa façanha. Título que era bom, nada. Agora, o mesmo fenômeno acontece com o Cruzeiro…”

Que vacilo, Augusto! Nestes últimos 50 anos o Cruzeiro cansou de ganhar títulos… Quem, até 2013 poderia se comparar com o Corinthians era o seu time. Lembra? A gente cantava no Mineirão: “Não ganha nada, time sofredor, é por isso que eu canto…”

10. Fluminense copia Cruzeiro – Sábado, depois de vencer o Goiás no Maracanã, a torcida carioca começou a repetir a fantástica coreografia do Cruzeiro, aprendida com a seleção da Islândia. Os jogadores se aproximaram e completaram o espetáculo.

11. Cruzeiro Sim! tira o sono de metade deste QUINTAL relançando a disputa histórica: Ética x Futebol. Relembra lances irregulares, não percebidos pelo árbitro, e que resultaram em títulos, beneficiando o infrator. Faltou citar o mais notório dentre todos: gol de mão, de Maradona, contra a Inglaterra. Mas é reconfortante observar que hoje possivelmente essas anomalias não se repetiriam por causa do VAR, o que, só por isso, justifica a inovação tecnológica no futebol.

12. Emilio Brandi – Neste fim de semana, um prestigiado grupo de conselheiros do Cruzeiro procurou Emilio Brandi para reiterar um convite que é sempre feito a ele: candidatar-se a presidente desse novo Cruzeiro que convive com o Clube Sociedade Anônima. O vitorioso empresário, sobrinho de Felício Brandi, desta vez não afastou de pronto a possibilidade, o que foi entendido como um “quase sim”. Quem conhece Emilio e o Cruzeiro torce pra dar certo.

GARIMPO

“A vida retribui o que você distribui. ”

(sabedoria popular)